Outras Belezas

Rua Grande



O outrora Caminho Grande, Rua Oswaldo Cruz, ou mais comumente descrita, a Rua Grande.

É a rua mais movimentada e responsável por praticamente toda a fama de um dos maiores centros comerciais a céu aberto do Brasil. Mesmo estando encrustrada no Centro Histórico da capital, convive harmonicamente com empreendimentos comerciais mais modernos e contemporâneos e, ao longo de mais de três séculos de existência, nunca perdeu o seu charme e sua importância.

Milhares de pessoas caminham diariamente sobre seus palalelepípedos e através de suas inúmeras artérias e ruelas transversais, alheios à história gloriosa e importância de sua influência no traçado arquitetônico da cidade ao longo do tempo.


Beco das Minas 

O Beco Catarina Mina (Praia Grande) é um dos poucos logradouros do Centro Histórico de São Luís que leva nome de uma mulher, quiçá o único em homenagem a uma negra. Em 1930, o lugar teve seu nome mudado para Rua Djalma Dutra, em homenagem a um dos heróis da revolta do Forte de Copacabana em 1922. O beco que começa na Avenida Pedro II (Largo do Palácio) e finda na Travessa da Alfândega (Rua João Gualberto), nos muros da Câmara Municipal, nascia na praia de Acaju, à beira do mar, correspondendo à entrada lateral do Palácio.

Uma ladeira bem íngreme, o beco recebeu mais tarde uma escadaria de 35 largos degraus em pedra de lioz, datada do século XVII existente até os dias de hoje, entre as ruas Nazaré (Joaquim Távora) e do Trapiche (Rua Portugal). No local encontram-se lojas de artesanato, agência de viagens, grupos de teatro, e alguns bares aconchegantes, entre eles o Bar Catarina Mina.
História – Catarina Mina, ou Catarina Rosa Pereira de Jesus, era uma das mais belas negras escravas da cidade, dona de uma barraca ao pé da ladeira da rua da Calçada (“Canto do Tonico”), onde vendia bastante apreciado pelos moradores. Da região de Costa da Mina (Golfo da Guiné) na África de onde veio grande parte dos escravos do Brasil, a negra comprou sua alforria graças ao dinheiro recebido de seu trabalho e, segundo contam, dos favores prestados aos comerciantes portugueses endinheirados da Praia Grande. Com a fortuna comprou também a alforria de muitos de seus amigos.

Liberta, tornou-se senhora de escravos com quem sempre passeava pelas ruas da cidade. Suas escravas a seguiam em corteja vestidas caprichosamente de rendas e bordados e ajaezadas com muitos colares, pulseiras e brincos de ouro. Mas, descalças, segundo sua condição. A dona, à semelhança de seu séquito, vestia finas sedas e brocados, com jóias que cobriam colo, orelhas e braços, para estar em igual paridade às damas da época. Se antes, sem os brios, já era cortejada pelos homens, imaginem depois do banho de loja.



Cais da Sagração

Até o início da construção do Porto do Itaqui na década de 1960, foi o principal porto da cidade de São Luís. Foi construído no início da década de 1860, em alvenaria, e no projeto original, iria até o Convento das Mercês, mas por falta de recursos, foi limitado a onde hoje fica o cais da Praia Grande e se estende até próximo à Praça Maria Aragão.

Grande extensão de muralhas de avultada espessura, construída em alvenaria de pedra e reboco, que se estende desde a Praia do Caju até a Rampa do Palácio. É interrompida por três rampas: Praia do Caju, das Palmeiras e, logo após, o Baluarte de São Cosme. Os muros são dotados de bancos embutidos. Em toda a sua extensão é circundado pela Av. Jaime Tavares, em belo trecho com arborização de coqueiros. As duas meias-laranjas correspondentes aos baluartes de São Cosme e São Damião do Castelo, ao lado do Palácio dos Leões, vêm quebrar seu sentido retilíneo. O monumento da Pedra da Memória e o Coreto da Praia Grande estão nesse percusso. 

A construção do Cais teve como objetivo evitar a escavação e o desmoronamento do baluarte, facilitar a comunicação entre a Praia Grande e as ruas que terminam no mar, acabar com o pântano, que existia desde o Baluarte até os Remédios e, por fim, dar melhor estética à vista da cidade. Foi projetado sob interesses do capitão general D. Diogo de Sousa, Conde do Rio Pardo. O escritor maranhense Josué Montello imortalizou-o no romance Cais da Sagração, em que exalta a figura do Mestre Severino

Convento das Mercês
 
O Convento das Mercês, que também já foi um quartel, e sede da Fundação da Memória Republicana; foi eleito recentemente uma dos Sete Tesouros de São Luís. Sua construção foi iniciada em 1654, quando chegaram à cidade os mercedários João Cerveira (maranhense de Alcântara) e Marcos Natividade, vindos de Belém, que se juntaram aos frades Manoel de Assunção e Antônio Nolasco, além do leigo João das Mercês. Foi erguida ali em taipa coberta de palha.

No ano seguinte, em terreno adicional, reedificaram as instalações em pedra e cal, construindo a capela-mor. Segundo o professor Jomar Moraes, “criado pelo Convento do Pará, o Convento das Mercês de São Luís e de Alcântara formavam, com o primeiro, uma vicaria dependente de provincial sediado na Espanha. É provável que esteja aí um dos motivos das diversas medidas restritivas que a Ordem sofreu, inclusive a de absoluta submissão ao arbítrio episcopal, que abrangia ilimitada ingerência no destino de seus bens”.

Com a Independência do Brasil (7 de setembro de 1822), iniciou-se um processo de esvaziamento do imóvel que resultou em seu abandono. Somente em meados do século XIX o logradouro passará por intervenções, destinando-se seu espaço para sede do Seminário Menor. Em 5 de maio de 1905, o prédio foi vendido para o Governo do Estado do Maranhão, que tratou de fazer novas intervenções na arquitetura original, invertendo, inclusive, as frentes do convento e da igreja anexa (que davam para o mar) e lhes conferiu a unidade de fachada única.

Restauração As intervenções foram de responsabilidade do Tenente Coronel Zenóbio da Costa. O motivo era simples, o local abrigaria o quartel da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado, que permaneceram ali até o final da década de 1980, quando os batalhões foram transferidos para as sedes atuais.

Com a saída das milícias, o imóvel passou por novas reformas (1987-1990). A entrada principal está voltada para Rua Jacinto Maia, protegida por canteiros de palmeiras e retirados os anexos que descaracterizavam a obra, descobertos os arcos originais e o poço. Nesta restauração, encontraram-se os alicerces da igreja demolida. Hoje, com 5.800 m² de área construída é palco de eventos culturais e artísticos, como o Maranhão Vale Festejar, o São João fora de época de São Luís.


Rampa Campos Melo


Tudo que era comercializado na ilha vinha, ou ia, através do transporte aquático e devido ao crescimento do comércio local a frequência de embarcações no principal porto da cidade aumentou, gerando uma necessidade de se construir uma infraestrutura para melhor atender a nova demanda. Esta infraestrutura incluía aterros e construções de rampas, entre elas a Rampa Campos Melo, que, ainda hoje, tem sua importância, principalmente, no embarque e desembarque de pessoas do interior do Estado ou de turistas que vêm conhecer a cidade e suas histórias e que desejam também conhecer a cidade de Alcântara.

Pedra da Memória 

A Pedra da Memória é um obelisco construído em 1841 em homenagem à maioridade do imperador D. Pedro II. Originalmente, o monumento ficava no Campo de Ourique, mas, posteriormente, foi transferido para o Cais da Sagração, onde se está até hoje.

O obelisco é feito em pedra de Cantaria e também recebe o nome de Baluarte de São Cosme e Damião. Suas estruturas estão protegidas por muralhas que pertenciam ao antigo Forte São Felipe, onde ficava rodeado por dois canhões que já não estão mais lá. 


Forte da Ponta d´Areia

O Forte de Santo Antônio da Barra de São Luís, popularmente denominado de Forte do Sardinha e mais tarde "Forte da Ponta d´Areia", localiza-se na ponta de João Dias, atual ponta da Areia, a sudoeste do Forte de São Marcos, dominando a barra do canal de acesso ao porto de São Luís, no litoral do estado, tem sua estrutura primitiva atribuída aos franceses, durante os combates de 1614, sendo erguido em faxina e terra. 

Em 1 de novembro de 1615 desembarca no local o Capitão-mor da capitania de Pernambuco, Alexandre de Moura, erguenda uma estrutura de pau-a-pique e no dia seguinte, no mesmo local os franceses teriam assinado a capitulação. 

Em 14 de Julho de 1824, o Tenente de Artilharia Manuel Joaquim Gomes liderou uma revolta contra o governo do Presidente da Província, Miguel Inácio dos Santos Freire Bruce (1824-1825), formando uma "Junta Temporária", que se instalou na fortificação. No dia 17, por ordem da Presidência da Província os fogos cruzados do Forte de São Luís do Maranhão e do Forte de São Marcos, após causar o incêndio da Casa da Pólvora, sufocaram a rebelião, afugentando os revoltosos 

Na década de 1870, o forte, em alvenaria de pedra e cal, apresentava planta no formato circular com 23 braças de diâmetro, muralha com 29 palmos de altura, acima do alicerce, 14 de grossura e 9 de parapeito, sendo o terrapleno calçado de pedra e a plataforma de lajes de Portugal. Sobre o terrapleno erguiam-de duas edificações, Casa do Comandante / Quartel da Tropa, e Casa da Palamenta / Paiol da Pólvora. Estava artilhada com sete peças de ferro de calibre 32, treze de 12 e uma de 9 de calibre de bala, todas montada.


Em 94 o prédio passou por reformas para abrigar o comando militar. Por se tratar de patrimônio tombado, a construção passou por avaliação de engenheiros do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural (lphan-MA). O prédio recebeu nova pintura, divisórias para formação de salas de comando e, recentemente, o lphan concedeu a autorização para climatizar o prédio.

Hoje, 21 bombeiros, divididos em três turnos, se revezam no antigo forte. Onde antes a defesa era contra invasores de outros países, hoje, garante a segurança de banhistas e transeuntes. Em lugar das armas e canhões para combater inimigos de guerra, o forte da Ponta d'Areia guarda a história da colonização de São Luís.


Forte de São Marcos

O Forte de São Marcos localiza-se na ponta de São Marcos, na baía do mesmo nome, dominando o canal de acesso ao porto de São Luís, no litoral do estado. Este forte foi erguido a partir de 1694, inicialmente como uma simples vigia, artilhada com um canhão, daquele lugar podiam vigiar a baía de São Marcos, e por causa da sua loclaização viam-se os navios há mais de 16 léguas de distância. Estava artilhado, à época, com três peças de calibre 18 e duas de 12, todas em mau estado 

Em 1779 o forte desabou por conta da invernada na barreira, um pouco mais acima.e em março de 1805, concedeu a patente de governador do forte a José Gonçalves da Silva, o Barateiro, que em 1824 bombardeou o Forte da Ponta d´Areia, cuja guarnição se amotinara.

Em seu interior, a partir de 1831, passou a operar um farol e na década de 1870 foi erguidas as paredes em alvenaria de pedra e cal, sobre terreno pouco consistente, ocupando uma área de terreno aproximadamente circular com cerca de 500 palmos, delimitada por uma estreita muralha de seis pés. No seu terrapleno erguia-se uma edificação com as dependências de Casa do Comando, Quartel da Tropa e Casa da Palamenta. Destacado do forte, seis braças para o Sul, erguia-se o Paiol de Pólvora, em edifício com teto abobadado. Estava guarnecido por um destacamento de sete praças, um Segundo-Sargento e um Cabo-de-Esquadra. Dois presos da Justiça eram ocupados na faxina do forte. Estava artilhado com uma peça de 36, nove de 32, e três de calibre 9 de bala. Nas imediações próximo ao mar, pelo lado Norte, uma antiga fonte fornecia a água potável consumida pela guarnição.

Em  1874 estando em mau estado de conservação, foi transferida para o Ministério da Agricultura, para servir de posto da Repartição dos Telégrafos Elétricos. Além do farol, e do telégrafo
para anunciar a entrada de navios na barra, era utilizado, à época, também como Quartel.

Atualmente, apesar do farol ainda em funcionamento, a estrutura do forte encontra-se em ruínas, sem conservação.


Capitania dos Portos

Desde 1813, D. João VI, o Príncipe Regente, havia criado as Divisões Navais nas costa do Brasil, estando o Maranhão subordinado à Divisão Naval do Norte. Os Presidentes das Províncias eram os únicos juízes para qualquer assunto, daí porque as Divisões, embora tendo os seus comandantes, a eles eram subordinadas. Os movimentos nos portos marítimos e fluviais aumentavem e havia a necessidade de definir responsabilidades na área portuária. Daí o Governo Imperial criou a Capitania do Porto através do Decreto de número 358, de 14 de agosto de 1845, em todas as capitanias que possuissem porto.

A sede da Capitania dos Portos do Estado do Maranhão inicialmente era a mesma da Diretoria dos Faróis. Ou seja: Travessa da Alfândega, esquina com rua da Estrela, na Praia Grande. Posterioemente foi transferida para um sobrado na rua do Ribeirão, esquina com o Bêco do Machado, de onde se mudou de forma definitiva para a sede atual, em terreno próprio, na Praça D. Pedro II, número 2, prédio adquirido do espólio de D. Apolônia Justina da Cruz Fragoso.

Como se tratava de um imóvel de dois andares, a parte superior servia de moradia para o Capitão dos Portos. Essa situação se manteve até o ano de 1977, quando foi adquirido um imóvel residência, no bairro São Francisco, ficando o enderêço da Praça D. Pedro II ocupado apenas pelas atividades fins da Capitania.